Desculpe o transtorno, mas precisamos falar sobre ‘Lugar de fala’ .

Maternagem Descalça
3 min readOct 12, 2016

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Bom como muitos sabem, pois digo com orgulho toda hora, a maternidade me mudou. E não é como uma pílula que se toma antes da cria nascer e pronto, você se torna uma mãe empoderada e empoderadora. Não, o negócio é contínuo, requer uma análise frequente.

A cada nova sombra encarada de frente, alcançando a raiz do problema a ser trabalhado, já é uma vitória. E que nunca estará totalmente completa, afinal viemos ou não aqui para evoluir? Enquanto ainda se está vivo, é tempo de se aprender, Certo? Pois bem.

É baseado exatamente nisto, neste ponto de análise, reflexão e possível conclusão (sempre mutável é claro ), que se baseiam os meus textos/partilhas, aqui no Blog.

Mas como todxs sabemos, no exercício da Maternagem há sempre tempos difíceis (muito frequentes aliás). Aonde quem não sabe, ao certo como falar sobre, cede lugar de fala. E é isto o que venho buscando fazer, lá na fanpage do blog ‘Maternagem Descalça’, no Facebook.

Porque há momentos onde eu realmente, como qualquer reles mortal, preciso e (graça a Deusa) me contro, naqueles textos Hard, sobre a maternidade. Onde o grito daquela mãe em seu relato complexo, da sua maternagem, é o meu grito também!
Onde me falta os adjetivos e empregações corretas, para saber/poder desabafar, ela (está mãe) fala por mim, e por muitxs de nós!

Como dizemos em círculos de mulheres ‘a sua cura é a minha cura’. Benditas mães que desossam e sem flores ou aplausos, desmistificam a mãe e maternidade perfeita. Porque ela não existe! É um mentira deslavada e torpe, ao qual prenderam as mães/mulheres que vieram antes de nós (Nós que hoje temos lugar de fala, ao menos na Internet). Um peso do qual com muito custo e amor por si própria (sim temos, podemos e devemos nos amar, em cada um dos nossos processos), estamos aos poucos nos desfazendo. Tirando junto com lixo, para fora de casa e da vida, todo dia antes de ir dormir.

Aí… eis que chega a CNV (Comunicação Não violenta )

**As questões aqui levantadas quanto ao ‘termo (selo) CNV’, se referem exclusivamente ao âmbito da maternagem. Portanto eis aqui as reflexões, quanto a via de mão dupla, que tenho notado, em torno do termo, na bl

Momento desabafo…

Quem já leu sobre, ou de fato tentou adotar a CNV, sabe que o buraco é mais embaixo!
Embora existam ‘certificados’ e etc, acredito eu, como quem tem, humildemente, tentando aderir a esta prática (...na vida), não é nada fácil se reprogramar!

Cnv é LINDO, mas é HARD!!!

Até mesmo ousaria dizer que, esta é uma filosofia de vida, ao qual você irá se lapidar sempre, enquanto estiver por aqui, vivo e passando ESTRESSE, neste Planeta.

Mas a popularidade do termo, CNV, tem me feito repensar algumas questões sutis, em torno da ‘adequação’ que a ‘alta exposição’, nos causa. No âmbito ‘blogosfera materna’.

Ultimamente tenho notado um certo enaltecimento do selo, por pessoas que em seus textos exercem o ‘lugar de ‘fala Hard’ (sobre a maternidade), ou seja que não tem nada de CNV. E que convenhamos, está aí a beleza da fala da pessoa!

Então de um modo, doloroso, te (me) quesSejamos honestas com nós mesmas, em nosso compartilhar de processos, e lugar de fala!

Por mais ‘menas mães’, sem medo de assumir seu lugar de ‘fala Hard’. Que em seus gritos, libertam outras mães/mulheres, na mesma situação.

E menos Boas mães, que sempre se justifiquem, baseada na velha e conhecida ‘culpa materna!’ #WhateveroSelo .

Não tenha medo de não querer se adequar!

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